O desperdício alimentar é uma problemática a que é impossível ficarmos indiferentes. Com o aumento da procura de bancos alimentares e o acréscimo dos preços dos produtos, uma alimentação variada e saudável é para muitas famílias uma impossibilidade. Devido a esse problema, é cada vez maior o numero de crianças subnutridas e com outras desordens alimentares, como a obesidade, em cidades de países desenvolvidos. Mercados de Fruta Feia viriam então a aliviar estas questões tão atuais.

Por outro lado, a exploração agrícola em Portugal é pouco aproveitada. As condições de trabalho dos agricultores e o reduzido apoio a pequenos produtores são agravadas pela quantidade de bens alimentares importados. A discrepância entre o número de importações e exportações realizadas culminam num aumento dos preços dos produtos nacionais e o recurso a substâncias químicas artificiais nos cultivos, na tentativa de concorrer com os alimentos importados.

Torna-se imperativo mais do que nunca o incentivo a uma dieta saudável, quer pelo consumo de produtos da época e mais naturais ao comprarmos os nacionais, quer pela fomentação da acessibilidade destes mesmos, tão importantes na nossa dieta.
Posto isto, o aproveitamento da Fruta Feia, fruta e vegetais que não é comprada aos fornecedores por não cumprir os parâmetros de aparência, é cada vez mais necessário. Infelizmente, a fruta feia acaba por ser na maioria das vezes deitada fora, apesar da sua irregularidade de aparência significar muitas vezes menor adição de produtos químicos durante a sua produção.

Ao criar mercados de fruta feia, onde os produtores ou intermediários podiam vender a baixo custo estes seus produtos, estaríamos a descentralizar o fornecimento alimentar, evitando também o desperdício. A abertura destes mercados viria então combater ambas estas questões:

  • Permitiria apoiar tanto os pequenos produtores como os que fornecem as grandes superfícies;
  • Disponibilizar fruta e vegetais portugueses a preços mais acessíveis às famílias portuenses.

Para reduzir o custo de implementação, este mercado poderia ser realizado em zonas com estruturas já existentes em horários de encerramento como por exemplo, em mercados do Porto ao domingo, locais já conhecidos pelos seus habitantes.