A “nova vida” da cidade do Porto tem vivido o seu maior fulgor em determinadas áreas, que continuam a tornar-se, de forma continuada, mais apetecíveis.
Zonas como as Galerias, Clérigos, Leões, reúnem numa diminuta fatia de território da cidade milhares e milhares de pessoas todos os dias.
Outra das zonas que todos os dias obtém grande fluxo de visitas é a que se estende desde S. Bento até à Ribeira, percorrendo ruas como a das Flores.
Nesta última zona elencada, porém, existe claramente um vazio de interesse dos visitantes, nomeadamente entre S. Bento e a Sé.
Simplesmente aquela inclinação não oferece um elemento de ligação que potencie, ainda mais, aquela zona intermédia de passagem.
A única estrutura existente, e que se encontra totalmente debilitada, é a do Mercado de São Sebastião.
Cinzenta e fria, sem qualquer elemento estético que a faça sobressair, mais parece dar azo a uma imagem de abandono e desmazelo completo daquele espaço e daquela zona.
Vislumbra-se, até, um “reavivar da memória” dum velho “Porto profundo”, abandonado e em ruínas, entre a fantástica Estação e a maravilhosa Sé.
Entendemos assim que seria necessário uma mudança no Mercado de S. Sebastião!
Feitas as mais básicas pesquisas, é notório que a autarquia e a junta de freguesia tiveram planos para o Mercado, mas estes nunca passaram, na prática, de pequenas e quase irrelevantes intervenções, nada de verdadeiramente significativo.
Ver, por exemplo notícia do Público.
É assim deveras importante reabilitar aquele espaço, e tornar a Rua menos Escura, dando vida e cores a mais um “pedaço” do Porto.
Investigação “in loco”
Tendo alguns elementos da nossa equipa se deslocado ao local, numa tarde solarenga, verificou-se que este se encontrava encerrado.
Falámos por isso com alguns residentes da Rua Escura, os quais nos deram as seguintes informações:
– o Mercado apenas se encontra a funcionar de terça feira a sábado, durante as manhãs até ao meio dia;
– no mesmo apenas se vende peixe e fruta;
– confirmaram ainda as promessas da Junta de Freguesia, a qual apenas colocou alguns plastificados de protecção contra o vento, não tendo feito obras como vêm sido há muito prometidas.
O que propomos
Nos últimos anos surgiu um novo conceito no comércio, denominado de “pop up stores”, ou seja, são espaços comerciais que abrem, funcionam durante algum tempo, para depois darem lugar a uma nova exploração do espaço, com o mesmo fim ou outro completamente diferente.
São “Lojas temporárias que atraem o consumidor pelo curto prazo de duração e por meio de intervenções artísticas começam a fazer sucesso no país”.
Munidas de conceitos inovadores e de grande atratividade para o público, captam enormemente a atenção das pessoas, e têm um grande sucesso comercial, o qual dura por um curto período de tempo. É exatamente por este último factor que este tipo de lojas abre e fecha portas em poucas semanas ou meses, garantindo sempre que na sua existência gerou curiosidade entre os visitantes e o desejado retorno financeiro para os seus criadores.
A instalação de lojas pop up traria benefícios:
– para os empreendedores que criam conceitos de negócios diferentes, e que pretendem testar ou aumentar o seu novo negócio;
– para a zona do Mercado S. Sebastião, aonde passariam a parar imensas pessoas.
a) No piso inferior (térreo):
Bastaria assim o investimento em climatização e num melhor isolamento térmico, e o espaço inferior, coberto, tornar-se-ia bastante acolhedor e propício a imensas visitas.
Logicamente, e porque o espaço é diminuto, não se pode esperar uma multidão de pessoas em simultâneo no Mercado, mas certamente será mais um local de “paragem obrigatória”, que muito beneficiará o espaço e constituirá um elemento de exponencial atratividade da zona, incluindo uma valorização da própria Rua Escura.
b) No piso superior (telhado relvado):
como o espaço conta com telhado relvado, era, na nossa opinião, bastante agradável pensar-se na implementação, neste, de esplanadas muito simplificadas.
Algo que, pela morfologia do Mercado, era bastante simples de tornar realidade.
Bastaria, até, um simples acesso por escadas entre os vários declives.
O Mercado passaria assim a ter dois pisos bastante apelativos, renovados, com todas as vantagens já identificadas!
Exemplos internacionais
Espanha
Valência, mercado Tapíneria
Inglaterra – Londres
1. Brick Lane Market
2. Camden Lock Market
Custos associados
Para a presente proposta ser implementada, seriam necessárias algumas obras de requalificação do edifício, nomeadamente:
– total isolamento térmico e instalação de A/C no piso térreo;
– instalação de escadarias de acesso ao jardim envolvente do Mercado, e ainda de escadarias de acesso ao telhado relvado.
Todo o mobiliário para o piso térreo e esplanada no piso superior seriam colocados pelos empreendedores que explorassem tais espaços.
Com esta transformação, tanto o Mercado como o seu espaço envolvente teriam uma maior atratividade, e serviriam de elemento de ligação funcional entre a Sé e a Estação de S. Bento!
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