É nossa crença no IAMP que a região pode ser muito mais amiga das Bicicletas e do Ciclista. Já apresentámos uma ideia nesse sentido, quando propusemos a Reactivação dos Elevadores da Ponte da Arrábida, que entre outras coisas garantiria uma nova forma de mobilidade entre a cota alta e baixa nas movimentos intra e entre as 2 cidades. De facto a região tem-se desenvolvido cada vez mais neste sentido, com uma alteração e maior abertura das mentalidades de todos: decisores políticos, potenciais ciclistas e os automobilistas.

Mas ao mesmo tempo, os esforços que estão a ser colocados em prática, por vezes, parece que não são levados a sério pelos criadores, ou então são desenvolvidas soluções com um nível baixo de qualidade. Um exemplo óbvio é o percurso de ciclismo do pólo universitário da Asprela, que não tem as devidas condições de segurança. Há quem diga na comunidade ciclista, em jeito de brincadeira, que quem desenvolveu este circuito “nunca aprendeu a andar de bicicleta”. De facto a largura, sinalização e a solução encontrada (ou não encontrada) nos cruzamentos faz com que este circuito seja mais para “Inglês ver” do que para um ciclista utilizar com segurança.

A promoção deste estilo de transporte não se faz apenas assegurando a qualidade da viagem, mas também providenciando boas soluções nos destinos para o parqueamento das bicicletas.  É incomparavelmente melhor guardar a bicicleta num local desenhado para o efeito, do que impedir a boa circulação dos peões, num poste qualquer da rua.

Necessitamos de referir que tem sido visível neste campo um esforço por parte da C.M.P. para a colocação destes elementos na via pública. Mas até agora tem sido algo esporádico, e demasiado pontual. Os “bicicletários” precisam de ser algo intrínseco e essencial ao ordenamento do território, e não um pensamento à posteriori de colocação pontual numa ou noutra zona com elevado movimento. Nem necessitam de ser elementos grandes que ocupem espaço considerável dos passeios, ou lugares de estacionamento, podem ser simples e pequenos, acreditamos é que necessitam de estar presentes em tudo o que seja equipamento de dimensão. Em todas as estações de metro, nas lojas do cidadão, em todos os centros comerciais, em todas as bibliotecas, em todas as escolas, em todas as faculades, etc.

Introduzir os bicicletários como um elemento natural na construção e manutenção de um edifício que sirva o público, e não como um pensamento pesado à posteriori.

Viabilidade e custos de instalação

As estruturas que consideramos fundamentais de colocação são pequenas e com custos de aquisição relativamente reduzidos, entre os 50€ e os 70€, valores perfeitamente razoáveis e que facilmente são obtidos.

Parte deste esforço prende-se com cada instituição adquirir e colocar de forma independente estas estruturas. Mas acreditamos que as diferentes Câmaras Municipais da região têm um papel importante na sensibilização e chamada de atenção dos diversos organismos públicos e privados para esta necessidade. Um centro comercial tem todo o interesse em ter um destes equipamentos, mas pode ter passado ao lado da gestão que existe a necessidade por parte dos utentes.

O que defendemos então é uma política local dupla: por um lado que adquira por livre iniciativa estruturas deste género e as coloque em organismos sobre a sua alçada ou alçada do estado central (lojas do cidadão, escolas, por ex.); e por outro lado que sensibilize os privados que tenham um fluxo assinalável de utentes, da necessidade da sua colocação.

 

Vários estudos afirmam que a criação de ciclovias e estruturas de apoio criam a sua própria procura, criam novos ciclistas e novas pessoas a viajar de bicicleta. Não estejamos então à espera que sejam primeiro os portugueses a usar a bicicleta para depois lhes darmos as condições necessárias.. Sejamos pro-activos!